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ANGOLA: A odisséia 4×4 que desvendou a alma inexplorada de África

A aventura que atravessa um dos países mais surpreendentes de África

Há viagens que prometem ser inesquecíveis, e depois há a Angola Uncharted. Esta não foi apenas mais uma travessia no mapa; foi um sismo na nossa memória de viajantes. Durante vários dias, atravessámos o país de Norte a Sul, numa experiência de imersão total que combinou o prazer da condução com a profundidade da cultura e a força da natureza.

A aventura ganhava um novo significado a cada quilómetro. Deixámos o asfalto das estradas principais para nos rendermos ao ritmo da terra: as famosas picadas, caminhos de terra vermelha que parecem saídos de um filme. É ali, onde jipe dança suavemente na terra solta e a paisagem se abre, que o verdadeiro sentido da liberdade se revela.

Cada etapa era um universo novo. Descobrimos a imensidão das paisagens do interior, sentindo o cheiro da terra e do mato, e encontrámos a genuína hospitalidade angolana. Foi uma colecção de momentos autênticos: o sorriso inesperado de uma criança à beira da picada, o convite para um café numa aldeia remota, a contemplação das várias quedas de água. 

A Angola Uncharted provou ser imensa, acolhedora e sempre pronta a surpreender quem se atreve a desbravá-la. É uma jornada que nos transforma, revelando a beleza crua do país e a força interior que precisamos para a percorrer. Uma viagem que não se conta, sente-se.

Queres saber mais sobre esta aventura épica? Então vem daí, porque vamos partilhar contigo todos os detalhes, dicas e o que realmente faz desta viagem algo único.

Mirador da Lua

Luanda, o início de uma grande viagem por Angola

A primeira impressão de Luanda é a de uma metrópole vibrante, que pulsa entre o charme dos bairros coloniais e a energia do presente. O nosso ponto de partida para a Angola Uncharted começou aqui, onde fomos recebidos por ruas largas e uma luz especial.

Por alguns dias, a capital foi a nossa base de operações. A rotina foi prática, mas essencial: preparar o equipamento e fazer os ajustes finais antes de nos lançarmos à estrada. Deixámo-nos envolver pela cidade, absorvendo aquela energia que mistura o passado da arquitectura colonial com o ritmo acelerado de uma capital em crescimento.

Mas a verdadeira atração sentiu-se logo na primeira saída. A hospitalidade angolana é imediata e inesquecível. As pessoas aproximam-se de nós com um sorriso genuíno, conversam, querem saber de onde vimos e para onde vamos. É uma sensação de curiosidade e acolhimento que nos envolveu desde o primeiro instante.

Foi a partir de Luanda que tivemos a certeza: esta viagem seria mais do que paisagens épicas ou picadas desafiantes. Seria, acima de tudo, uma jornada sobre pessoas, sobre a dimensão humana de Angola, e sobre a força das ligações que iríamos criar. Com o equipamento pronto e a alma cheia de boas-vindas, estávamos prontos para sair da capital e mergulhar no desconhecido.

Luanda by night

De Luanda a Malanje: O Início da Expedição ao Coração de Angola 🇦🇴

Deixar Luanda foi a nossa verdadeira libertação. A promessa da aventura começou a cumprir-se assim que nos lançámos à estrada em direção ao interior. O verdadeiro teste aos nossos jipes 4×4 esperava-nos logo no início: o infame troço de Santa Teresa. Quem já passou por ali sabe o que estamos a falar.

As picadas exigiram perícia, tração e um verdadeiro espírito de grupo. A lama, as irregularidades do piso e o desafio constante provaram que os nossos 4×4 estavam à altura da missão, mas também que a Angola Uncharted não era para os fracos.

Depois de superarmos o desafio, a recompensa foi imediata. A estrada abriu-se numa asfalto novo, permitindo-nos deixar de lado a concentração intensa na condução e, no Dondo, fazer uma pausa para um almoço maravilhoso. Foi um momento de pura serenidade e contemplação, onde sentimos a dimensão do país e a vastidão da paisagem verdejante, com aldeias tradicionais a pontuar o caminho. A paisagem anunciava que estávamos a entrar numa das regiões mais bonitas do país.

Chegados às Quedas de Kalandula, toda a dureza da estrada valeu a pena. Ficámos em silêncio diante de um dos maiores ex-libris naturais de África. A água cai com uma força brutal, o vale ecoa, e a grandiosidade do local instala-se imediatamente. Passámos um tempo precioso a contemplar, a fotografar e simplesmente a absorver a energia pura da natureza.

No final do dia, depois de tanta beleza e desafio, o nosso refúgio foi uma fazenda com alma de resort. Ali, o tempo parecia parar, permitindo-nos descontrair e conversar sem pressas, enquanto o calor ameno do final do dia nos envolvia. Uma Cuca bem fresca na mão era o refresco perfeito para brindar a um dia intenso, mas absolutamente maravilhoso. Foi uma noite que se tornou rapidamente uma das memórias mais fortes desta etapa.

Estrada para o Dondo

Quedas de água da Kalandula – Malanje

Vista da Pousada da Kalandula

Picadas, Poder e Paz: A Travessia Épica de Malanje ao Santuário do Umbi

Deixámos a região de Malanje para trás, mas a promessa de paisagens dramáticas e icónicas ainda estava no horizonte. A primeira paragem da nossa jornada para sul foi nas imponentes Pedras Negras de Pungo Adongo. O contraste destas formações rochosas gigantescas e misteriosas com a savana verdejante é inesquecível e recorda-nos a dimensão histórica do país.

Dali, o roteiro levou-nos à força indomável da natureza no Rio Kwanza, onde visitámos os seus rápidos. É de cortar a respiração ver a água ganhar velocidade e poder, lembrando-nos que Angola é um país de extrema e brutal beleza em cada curva do caminho.

Mal acabámos de contemplar os rápidos, a aventura chamou-nos de volta. Iniciámos um troço de picada muito desafiante, mas incrivelmente divertido de percorrer com os nossos jipes. O 4×4 exigiu atenção máxima e perícia, e o ritmo da condução técnica elevou o nosso espírito de equipa e a adrenalina no grupo.

Superada mais esta etapa, entrámos na região de Waku-Kungo e chegámos ao santuário dos hipopótamos do Umbi. O ambiente aqui é de paz absoluta. O rio está emoldurado pela natureza, e o silêncio da tarde é apenas interrompido pelos sons dos animais e da floresta. Estas paragens dão dimensão à viagem e lembram-nos da enorme biodiversidade de Angola. Foi também neste dia que sentimos mais fortemente o contacto com a vida rural, as cores vibrantes da savana e a simplicidade e a calma das comunidades locais.

A etapa até Huambo ofereceu uma das conduções mais marcantes da viagem. Aqui o off road sente-se de forma profunda. Desde os rápidos do rio Kwanza até ao planalto do Huambo, fomos sempre acompanhados por paisagens dinâmicas, trilhos emocionantes e um terreno que pede técnica, foco e entusiasmo. Esta região é perfeita para os amantes de aventura, porque combina troços rápidos com momentos mais técnicos, sempre com vistas amplas sobre montanhas e vales.

Huambo recebeu-nos com imponência. É uma cidade organizada, com raízes históricas fortes e um ambiente urbano vibrante. Ao final do dia, regressámos à cidade para mais um jantar típico, num restaurante local onde a comida angolana voltou a brilhar sem esforço.

Pedras negras de Pungo Adongo no horizonte

Pedras negras de Pungo Adongo

Rápidos do rio kwanza

Um pouco da picada para o Huambo

Satuário dos hipopótamos do Umbi

Hipópotamos do Umbi

Lubango: A Elegância no Topo do Mundo

À medida que os nossos jipes se aproximavam de Lubango, fomos recebidos por uma cidade de uma elegância surpreendente. Com a sua arquitetura impecável e ruas bem traçadas, a capital da província da Huíla é um oásis de serenidade, emoldurada por algumas das paisagens mais emblemáticas de Angola.

É aqui que a natureza se manifesta em toda a sua grandiosidade, e a aventura ganha uma nova perspetiva.

A Serra da Leba, com as suas famosas curvas em “S” esculpidas na montanha, é mais do que uma estrada: é uma obra-prima da engenharia e um dos momentos mais impressionantes de toda a viagem. Conduzir os nossos jipes por estas curvas vertiginosas, com a subida a revelar paisagens a cada metro, é um privilégio. Lá de cima, a vista é arrebatadora: montanhas profundas que se estendem até um horizonte sem fim, pintado por tons de verde e azul, onde o nosso olhar se perde na imensidão. É uma sensação de leveza e conquista ao mesmo tempo.

Pouco depois, fomos catapultados para outro cenário de cortar a respiração: a Fenda da Tundavala. Este desfiladeiro gigantesco, com os seus precipícios abruptos e a sua dimensão esmagadora, fez-nos parar longamente. Ali, o silêncio domina, quebrado apenas pelo soprar do vento. Ficámos a observar, a sentir a força absoluta da natureza, a absorver a energia de um lugar que nos faz sentir pequenos perante tanta majestade, mas incrivelmente vivos e conectados com o mundo.

Para além da sua imponência natural e arquitetónica, Lubango é também um vibrante ponto de encontro cultural, funcionando como uma porta de entrada para a riqueza etnográfica do sul de Angola. Tivemos o privilégio de, nos arredores da cidade, contactar de perto com algumas das fascinantes tribos da região.

Foi um mergulho em tradições ancestrais, onde as vestimentas coloridas, os penteados elaborados e os adornos únicos contam histórias de gerações. Cada encontro era uma aula viva de história e antropologia, com as comunidades a partilharem um pouco do seu dia-a-dia, das suas crenças e dos seus modos de vida. Sentimos uma profunda conexão com a autenticidade destas culturas, que mantêm vivas as suas raízes num mundo em constante mudança.

Estes momentos de partilha foram, para nós, tão impactantes quanto as paisagens grandiosas. Eles reforçaram a ideia de que a verdadeira aventura em Angola reside não apenas nas picadas ou nos desfiladeiros, mas também nos sorrisos, nos olhares e nas trocas genuínas com as pessoas que habitam esta terra. Lubango, afinal, não é só beleza natural; é também um coração pulsante de cultura e tradição.

Serra da Leba, Lubango

Serra da Leba, Lubango

Serra da Leba, Lubango

Serra da Leba, Lubango

Serra da Leba, Lubango

Serra da Leba, Lubango

Do Topo ao Mar de Areia: A Conquista do Namibe e a Mística da Baía dos Tigres

Deixámos para trás a imponência de Lubango, e a descida da Serra da Leba, apesar de sinuosa, revelou-se uma transição visualmente mágica. Lentamente, o verde do planalto deu lugar ao amarelo intenso do deserto. A paisagem muda, o ar muda, a luz muda. É como entrar noutro mundo. Os fins de tarde aqui são inesquecíveis: cores quentes que pintam o céu, sombras longas e um horizonte que parece expandir-se para o infinito.

A rota até à Baía dos Tigres foi uma das maiores aventuras desta expedição. É uma travessia que exige total atenção e perícia dos nossos jipes, que mexe com todos os sentidos e que recompensa em cada quilómetro conquistado. A Baía dos Tigres é remota, única e só pode ser desfrutada na sua totalidade numa visita de dois dias.

Para viver Angola no seu estado mais puro, tomámos uma decisão simples: acampar no Deserto do Namibe — o mais antigo do mundo. O céu estrelado, de uma nitidez que só se encontra no isolamento total, o silêncio absoluto e a sensação de estarmos sós na vastidão criam memórias que ficam connosco para sempre.

Mesmo no sul inóspito, o contacto humano não desaparece. Tivemos ainda o privilégio de encontrar tribos locais, cujas tradições ancestrais convivem com o presente. Estes encontros culturais são o contraponto humano perfeito para a grandiosidade da natureza, enriquecendo a viagem e lembrando-nos da profundidade e riqueza deste país.

Estrada do Namibe

Pôr do sol no deserto do Namibe

Estrada para o Namibe

Resort da Praia do Soba

Na Rota de Benguela: Off-Road, Brisa Marinha e a Ilha do Lobito

Ao deixarmos o alojamento na Praia do Soba, virámos a nossa bússola para Norte, prontos para iniciar a subida em direção a Benguela. A estrada até lá foi um verdadeiro teste de contrastes. Uma parte já nos brindava com asfalto novo, permitindo-nos contemplar a paisagem com mais calma. Mas a outra… bem, a outra era pura adrenalina e o derradeiro prazer do off-road, um troço delicioso que nos permitiu usar os nossos jipes 4×4 na sua plenitude.

Benguela recebeu-nos com o charme inegável das suas ruas, o ambiente costeiro relaxado e aquela luz dourada que acompanha a cidade ao final da tarde. É um local onde o ritmo abranda, onde se sente a brisa fresca do Atlântico e onde a viagem ganha outra cadência, mais calma e contemplativa. Caminhámos pelo centro, explorámos a sua arquitetura colonial e aproveitámos para descontrair e recuperar energias.

A experiência nesta região não estaria completa sem um dos seus maiores ex-libris. Por isso, decidimos ficar alojados na Ilha do Lobito. Este é um lugar onde o mar se encontra com a terra de uma forma singular, oferecendo vistas espetaculares e uma sensação de isolamento tranquilo. Foi uma etapa essencial para descansar o corpo e a mente depois das exigências do deserto, e para recarregar as baterias antes de enfrentarmos o último e derradeiro capítulo da nossa épica travessia Angola Uncharted.

Resort da Praia do Soba

Estrada para Benguela

Edifício colonial 

Fazenda do Rio Uíri: O Santuário da alma e de amizades eternas no kuawza Sul

O Kuawza Sul revelou-se um abraço inesquecível de Angola, um mosaico de montanhas majestosas e paisagens verdejantes que transbordam vida. Por entre vales e picos, descobrimos a alma de um povo nos sorrisos calorosos dos musseques, que aquecem a alma e eternizam a nossa jornada.

Ao entrarmos no coração desta província mágica, fomos acolhidos pela Fazenda do Rio Uíri. Não é apenas um lugar; é um santuário, e uma paragem obrigatória que o nosso espírito anseia. Ali, sob a sombra protetora de árvores centenárias, escutámos a melodia suave de rios que parecem contar segredos antigos e perdemos-nos entre as plantações de café, cultivado com a sabedoria das mãos que honram a terra. Cada fibra deste lugar respira uma serenidade que raramente se encontra.

Mas se a magia do lugar já nos cativa, há algo que fala ainda mais alto, um eco que ressoa para além da beleza natural: a ligação profunda de amizades de muitos anos. Neste recanto especial, reencontramos laços que o tempo fortaleceu, partilhando histórias e risos que só uma verdadeira camaradagem pode proporcionar.

Ao cair da tarde, enquanto o ar se enchia com o aroma inebriante do café fresco, torrado ali mesmo, cada quilómetro percorrido ressurgiu nas nossas mentes. Sentados em silêncio, revimos montanhas conquistadas, rios atravessados e olhares trocados. Foi um turbilhão de orgulho pela resiliência, de emoção pela beleza descoberta e de uma profunda gratidão por cada vivência que Angola nos proporcionou.

Embora a aventura ainda nos chame – e a capital Luanda espere por nós no dia seguinte –, esta paragem na Fazenda do Rio Uíri foi mais do que um refúgio; foi a celebração de uma jornada que, para sempre, viverá em nós, e o reconhecimento de que as melhores viagens são feitas com e pelas pessoas que amamos.

Procínvia do Kuawza Sul

Procínvia do Kuawza Sul

Procínvia do Kuawza Sul – Encontros únicos

O Grande Final: Luanda e a redescoberta de uma Angola Genuína

A alvorada na Fazenda do Rio Uíri amanheceu com um misto agridoce de despedida e antecipação. Deixamos para trás os aromas de café e os abraços de velhas amizades, levando connosco a serenidade que aquele santuário nos ofereceu. Mas a estrada ainda nos reservava surpresas.

A jornada de regresso a Luanda desdobrou-se como um último presente de Angola. Pelos nossos olhos passaram as espetaculares Quedas de Água do Binga, um espetáculo grandioso da natureza que nos recordou, uma vez mais, a força e a beleza indomável deste país. Ali, a água descia com uma energia bruta e pura, um contraste vibrante com a calma que tínhamos acabado de deixar para trás.

Seguimos viagem, o rumo definido pela promessa da capital, mas com o coração ainda a vibrar com cada paisagem percorrida. O almoço em Cabo Ledo foi um bálsamo, uma pausa tranquila com vista para o Atlântico, permitindo-nos saborear não apenas a refeição, mas cada segundo desta experiência.

A chegada à grande capital, Luanda, foi serena, quase silenciosa. O burburinho da cidade, tão diferente do sossego das montanhas e do som das quedas, parecia distante. A princípio, o peso e a dimensão do que tínhamos acabado de vivenciar ainda não se tinham manifestado por completo. Era como se a alma precisasse de tempo para processar tamanha riqueza, tamanha intensidade.

Só com o passar das horas, talvez dias, é que a verdade se impôs: tínhamos redescoberto uma Angola genuína e inspiradora. Não a Angola dos livros ou das notícias, mas a Angola dos sorrisos, das montanhas verdes, dos rios tranquilos, das estradas desafiantes e, acima de tudo, das ligações humanas que se eternizam. A gratidão era imensa e silenciosa, um reconhecimento profundo pela oportunidade de ter percorrido cada quilómetro, vivido cada emoção e desvendado os segredos de um país que, agora, mora para sempre nos nossos corações.

Esta não foi apenas uma viagem; foi uma transformação.

A equipa Travels Angola

Rio Kuawza 

Quedas de água do Binga – Procínvia do Kuawza Sul 

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A nossa viagem por Angola está apenas a começar, e há um mundo de maravilhas à espera de ser descoberto. A cada quilómetro percorrido, partilhamos contigo mais histórias autênticas, rotas secretas e experiências inesquecíveis que provam que este país é um tesouro que merece ser desvendado. Queremos inspirar-te com tudo o que vivemos na estrada, desde paisagens de cortar a respiração a encontros culturais profundos.

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